segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Esperança em um derivado de maconha para os pacientes com Epilepsia grave no Brasil

O Conselho Federal de Medicina autorizou o uso de Canabidiol (CBD), no dia 11/12/2014, para tratamento em pacientes com epilepsia refratária ao uso de medicamentos anticonvulsivantes tradicionais. Lembremos que o CBD é um dos 80 componentes da maconha (planta cannabis sativa) e, não produz os efeitos psicoativos típicos da planta. Ou seja, não se pode confundir o uso medicinal de canabinoides com o uso do produto in natura. E só para destacar: a maconha não está liberada para uso medicinal em nosso país, MAS, um de seus componentes Canabidiol (CBD) SIM! Com uma ressalva: APENAS para pacientes com epilepsia!, segundo a Resolução 2.113/14.

Esperança em um derivado de maconha
para os pacientes com Epilepsia grave no Brasil 

Confira os principais destaques da Resolução CFM nº 2.113/14:

- Aprovação: Está autorizado o uso compassivo do canabidiol no tratamento de epilepsias em criança e adolescentes que sejam refratárias aos tratamentos convencionais.

- Restrito aos especialistas: Apenas as especialidades de neurologia e suas áreas de atuação, de neurocirurgia e de psiquiatria poderão prescrever o canabidiol.

- Cadastro: Os médicos prescritores deverão ser previamente cadastrados em plataforma online criada pelo Conselho Federal de Medicina para este fim. O mesmo deverá ocorrer com os pacientes.

- Pré-requisito: Para receber a prescrição, o paciente necessita preencher os critérios de indicação e contraindicação para inclusão no uso compassivo.

- Acompanhamento: Os pacientes submetidos ao tratamento com o canabidiol deverão ser acompanhados, de acordo com relatórios enviados pelos médicos prescritores.

- Esclarecimento: Os pacientes, ou seus responsáveis legais, deverão ser informados sobre os riscos e benefícios potenciais e assinar Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Fonte: CFM

Para saber mais:

Uso da Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva em paciente com depressão refratária

A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é uma técnica não invasiva capaz de induzir mudanças na atividade cerebral através da variação do campo magnético. É um método indolor que pode ser uma importante ferramenta terapêutica para diversos transtornos neurocomportamentais, como a depressão, por exemplo. Ela é capaz de aumentar ou reduzir a atividade cerebral de acordo com a região e a intensidade aplicada. Na depressão, estudos sugerem que a provável causa da depressão seria uma redução da atividade à esquerda de uma região do cérebro denominada córtex pré-frontal. Dessa maneira, o uso da EMTr através de sua capacidade de modificar a atividade cerebral acarretaria uma melhora clínica. Desde 2006, a EMTr é uma técnica liberada pela Anvisa, em 2007 pelo Food and drugs administration (FDA) e, em 2012, o Conselho Federal de Medicina autorizou o uso clínico da EMT por médicos especializados. É uma técnica segura e diferentemente dos medicamentos, apresenta poucos ou nenhum efeito colateral. Efeitos esses que fizeram a médica responsável pelo paciente Marcelo PF encaminhá-lo para realizar tratamento com essa modalidade terapêutica.


Marcelo PF, um jovem de 26 anos, terceiro grau incompleto, tem histórico de depressão desde a adolescência. Seus sintomas de tristeza, desmotivação, falta de energia e pessimismo foram falsamente "diagnosticados" pelos seus pais, pelo menos inicialmente, como "adolescência". O rendimento escolar piorava cada vez e a desclassificação no vestibular foi apenas a gota d'água para culminar em uma tentativa de suicídio. Após esse episódio, seus pais o levaram a procurar psicoterapia e tratamento psiquiátrico. Diversos esquemas terapêuticos foram instituídos, mas logo eram interrompidos pela ineficácia ou pelos efeitos adversos apresentados, como perda de memória e de atenção. Desde 2012 ele se trata com sua atual médica psiquiatra, que prescreveu um novo esquema medicamentoso, e Marcelo apresentou discreta elevação de humor. 

Devido à refratariedade parcial dos sintomas e os efeitos colaterais apresentados, foi sugerido ao Marcelo o tratamento com Estimulação Magnética Transcraniana (EMT). Marcelo chegou ao meu consultório olhando para baixo e com voz trêmula relatando: "Doutora essa é minha última esperança", "Eu não aguento mais mudar de remédio, mudar de médico e, simplesmente, eu não mudar". Apesar de já ter lido um pouco sobre a técnica pela internet, me perguntou enfaticamente: Dói? Tranquilizei-o, informando que sentiria suaves vibrações no couro cabeludo. O mesmo fez vinte sessões de Estimulação Magnética Transcraniana. Na primeira sessão, realizada em meu consultório, apresentou uma discreta dor de cabeça, mas logo cedeu após término da sessão. Nos primeiros dias não percebeu mudanças em seu humor. Após a 6ª sessão, percebeu melhora da tristeza e se sentiu com mais energia: "Estou com vontade de viver", me relatou emocionado. Ao término da vigésima sessão, Marcelo já estava motivado a retornar à faculdade e sua mãe, Clara, me disse emocionada: "É bom ver meu filho bem". Atualmente, Marcelo PF faz EMTr para manutenção, já está se formando e iniciando seu primeiro estágio.

Por: Dra. Vanessa Teixeira Muller // Ana Beatriz Barbosa Silva 

Saiba mais acessando nosso site: http://www.vtmneurodiagnostico.com.br


terça-feira, 25 de novembro de 2014

Análise de sangue para diagnosticar a depressão

Considerando que hoje, dia 25 de Novembro de 2014 é o dia mundial do doador de sangue, vamos falar sobre uma importante descoberta, através de um exame de sangue de uma equipe de pesquisadores, liderada pelo Dr. Eva Redei e Dr. David Mohr, da Universidade de Northwestern.


Trata-se de um estudo, publicado na edição atual da revista TranslationalPsychiatry, onde o Dr. Redei e sua equipe identificaram, no sangue, 11 biomarcadores (entidades que podem ser medidas experimentalmente e indicam a ocorrência de uma determinada função normal ou patológica de um organismo) diferentes em adolescentes deprimidos e não deprimidos.

Além disso, outra descoberta foi feita. Quando o estudo foi aplicado em adultos, os mesmos encontraram 9 biomarcadores diferentes entre eles, demonstrando que a depressão é geneticamente diferente ao se comparar diferentes faixas etárias.

Além disso, o teste também foi capaz de identificar diferenças entre aqueles que passaram por terapia comportamental cognitiva e apresentaram melhora, em relação aos que não apresentaram melhora do quadro após a terapia. Neste caso, extremamente importante para definição e escolha adequada de tratamento para diferentes tipos de paciente e depressão.
Encontrar diferenças na expressão de certos genes durante a depressão poderia até mesmo levar a uma melhor compreensão da doença, que por sua vez pode levar a melhores tratamentos futuramente.


Infelizmente esta pesquisa ainda está no começo, e muitos outros testes deverão ser feitos futuramente. Porém, abre-se uma luz no caminho desta doença tão devastadora. Pra nós, médicos, será um exame fundamental futuramente para chegarmos a uma melhor conclusão diagnóstica, bem como, escolha do tratamento mais adequado para cada paciente, evitando assim, a remissão da doença.

Fonte: Singularity Hub


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Dia mundial do mau humor. E daí?

No dia 13 de Novembro foi comemorado o Dia Mundial do Mau Humor. E daíííí?????


Daí que o cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, que serve para ajudar o organismo a reduzir inflamações, contribui para o bom funcionamento do sistema imune, ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue, controla a pressão arterial e, neste caso o mais importante, controla o estresse. Ele é um hormônio que está diretamente relacionado com a serotonina, que é a responsável pela sensação de prazer e de bem estar.

Além de mau humor, a baixa taxa de cortisol no sangue pode originar sintomas de depressão, fraqueza e cansaço.



Para saber se seu nível de cortisol está adequado, é simples: através de uma amostra de sangue, de urina ou da saliva.
Os valores de referência dos níveis de cortisol no sangue são:
• Manhã: 5 a 23 mcg/dL;
• Final do dia: 3 a 16 mcg/dL.

Procure seu médico e espante esse mal humor.


Por: Dra. Vanessa T Muller.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Nova pesquisa indica que a meditação fortalece o cérebro

Pesquisadores americanos descobriram mais evidências de que meditar fortalece o cérebro. Estudos anteriores feitos pela Universidade da Califórnia (UCLA), nos Estados Unidos, já haviam sugerido que meditar durante anos torna o cérebro mais espesso e fortalece conexões entre células cerebrais.

As novas pesquisas feitas pela mesma equipe californiana revelaram ainda mais benefícios associados à prática. Os resultados foram publicados pela revista Frontiers in Human Neuroscience.


O cientista Eileen Luders e seus colegas do Laboratory of Neuro Imaging da UCLA dizem ter encontrado indícios de que pessoas que meditam durante muitos anos têm quantidades maiores de dobras no córtex cerebral do que pessoas que não meditam. Isso poderia acelerar o processamento de informações.

A equipe também encontrou uma relação direta entre a quantidade de dobras e o número de anos durante os quais a pessoa meditou. Isso pode talvez ser mais uma prova da neuroplasticidade do cérebro - a habilidade do órgão de se alterar, ou se adaptar, em resposta a estímulos externos.

O córtex é a camada externa do cérebro e tem papel fundamental na memória, atenção, pensamento e consciência. Os dobramentos corticais são o processo pelo qual a superfície do cérebro se altera para criar sulcos e dobras. Sua formação pode promover e melhorar os processos nervosos.

Presume-se, portanto, que quanto mais dobras se formam, maior a capacidade do cérebro de processar informações, tomar decisões e formar memórias. "Em vez de simplesmente comparar pessoas que meditam com as que não meditam, queríamos ver se havia uma relação entre a quantidade de prática da meditação e o grau de alteração do cérebro", disse Luders. "Quer dizer, associar o número de anos de meditação com a incidência das dobras".

Os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética em 50 praticantes de meditação - 28 homens e 22 mulheres. Esse grupo foi comparado a outro, de não praticantes, com idade e sexo equivalentes. Os praticantes haviam meditado em média 20 anos. Os tipos de meditação eram variados, entre eles, Zen e Vipassana.

A equipe disse ter encontrado grandes diferenças na incidência das dobras em participantes que praticavam meditação. Para os pesquisadores, a revelação mais interessante foi a correlação positiva entre o número de anos de meditação e a quantidade de dobras, especialmente em uma estrutura do cérebro conhecida como ínsula.

Sabe-se que essa estrutura está associada às emoções humanas. E que lesões na ínsula podem resultar em apatia, perda de libido e alterações na memória. "Talvez (a descoberta) mais interessante tenha sido a relação positiva entre o número de anos de meditação e a quantidade de dobramentos insulares".

Emoção e raciocínio

Luders mencionou estudos anteriores que indicam que a ínsula funcionaria como um integrador entre a emoção e o raciocínio. "Pessoas que meditam são conhecidas por serem mestras em introspecção e consciência, assim como em controle emocional e autorregulação, então os resultados fazem sentido - quanto mais tempo alguém medita, maior a a incidência das dobras na ínsula".

Luders adverte que fatores genéticos e ambientais podem ter contribuído para os efeitos observados. Ainda assim, "a relação positiva entre as dobras e o número de anos de prática dá suporte à ideia de que a meditação aumenta a incidência das dobras".

 

CFM publica parecer reconhecendo a Estimulação Magnética Transcraniana

A eficácia da Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) para o tratamento da depressão não é novidade para quase uma centena de clínicas que já oferecem o tratamento no Brasil. Embora a literatura médica e o registro na ANVISA já autorizassem o médico a fazer uso clínico do método desde que o Estimulador Magnético Neuro-MS obteve o registro, em 2007, a publicação de um parecer do Conselho Federal de Medicina é um marco importante no reconhecimento do papel das técnicas de neuromodulação no tratamento da depressão.

Pareceres e resoluções do CFM cobrem apenas uma pequena fração dos procedimentos e condutas médicas. O pedido de um parecer sobre a EMT tramitava desde 2008 e nasceu de desinformação sobre o método dentro do próprio meio médico. Um parecer não fundamentado, publicado em 2008, chegou a ser contrário à aceitação do método e só recentemente esse parecer foi revisto à luz da literatura médica e agora é publicado com nova conclusão. 

Outra técnica tradicional de Neuromodulação, a Eletroconvulsoterapia, já foi objeto de resolução do CFM em 2002. Ainda hoje poucos psiquiatras consideram a indicação da Estimulação Magnética Transcraniana no tratamento de depressão quando a primeira medicação anti-depressiva não tem a eficácia esperada ou não é tolerada. Os médicos que já incluem o método entre as opções terapêuticas têm agora o apoio do parecer a lhe facilitar a divulgação científica da técnica entre seus colegas e pacientes. 


Veja a íntegra do parecer CFM nº 37/11 aqui e a íntegra da Resolução 1986-2012 aqui.

Dra. Vanessa T. Muller no Jornal de Teresópolis


Eletroneuromiografia é um exame que permite avaliar todos os componentes da unidade motora, que podem sofrer lesões em doenças ocupacionais (do trabalho), traumáticas (acidentes de motocicletas, de carro ou por armas de fogo ou branca), ou doenças metabólicas (diabetes) e degenerativas. No município de Teresópolis, somente o Hospital São José (HSJ) disponibiliza a técnica, que é realizada pela neurologista Vanessa Teixeira Müller, mestre e doutoranda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pioneira no estado no tratamento da depressão via Estimulação Magnética Transcraniana Repetitiva.

"O exame é necessário para avaliação e tratamento de pacientes de diversas áreas médicas, especialmente ortopedia, neurologia, neurocirurgia, fisiatria, medicina do trabalho, reumatologia, endocrinologia, oncologia e clínica médica. Algumas doenças como a Síndrome do Túnel do Carpo e Polimiosite, por exemplo, geralmente necessitam de um estudo neurofisiológico", explica a médica, que já realizou mais de 3 mil exames em pacientes de todas as idades. Vanessa conta que o procedimento dura certa de 20 minutos e, ao contrário do que muitos pensam, é pouco dolorido. "A eletroneuromiografia é realizada em duas fases: na primeira promovemos a estimulação elétrica dos nervos e, na segunda, captamos a atividade elétrica gerada no interior dos músculos com a utilização de eletrodos parecidos com agulhas de acupuntura, descartáveis, muito finas, causando pouquíssimo ou nenhum desconforto".

Além desse exame, a médica realiza no HSJ a aplicação da toxina botulínica - que originou o botox utilizado em âmbito estético. "É utilizada para o tratamento de rigidez muscular - sequela muito presente em pacientes vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) -, distonias, paralisia entre outras, etc. Embora a maioria das pessoas não saibam, o botox é uma toxina originalmente utilizada para tratamentos neurológicos e sua utilização estética é uma descoberta posterior", explica Vanessa.

A Neurofisiologista atende pacientes de convênios e particulares todas as quintas-ferias no HSJ, a partir das 8h. "Estou atendendo certa de 15 pacientes por dia e a agenda está lotada", comenta.


Outro método realizado pela médica no São José é a Estimulação Magnética Trasncraniana, que diagnostica e trata pacientes com depressão, esquizofrenia, mal parkinson, AVC, entre outros.

Fonte: Jornal de Teresópolis